quarta-feira, 3 de agosto de 2022

 Endometriose 

Endometriose é uma condição em que células semelhantes às do endométrio – a camada de tecido que reveste o útero – crescem no seu exterior. Os locais de crescimento mais frequentes são os ovários, as trompas de Falópio e o tecido que envolve o útero e os ovários. Em casos raros, podem também crescer noutras partes do corpo.

  • Dismenorréia - cólica muito dolorosa, às vezes incapacitantes durante o período menstrual; a dor pode piorar ao longo do tempo (dor progressiva), dores nas costas inferiores também ligados à pelve Dor pélvica crônica - normalmente acompanhado de dor lombar ou dor abdominal
  • Dispareunia - sexo doloroso
  • Disúria - urgência em urinar, freqüência e esvaziamento por vezes doloroso.

Fatores de risco

  • Filhas ou irmãs de mulheres com endometriose estão em maior risco de desenvolver a endometriose; 
  • Baixos níveis de progesterona podem ser genéticas e pode contribuir para um desequilíbrio hormonal; 
  • Há uma incidência de cerca seis vezes maior em mulheres com um parente de primeiro grau afetado.
Tipos de Endometriose 

  • Endometriose superficial: atinge apenas a região do endometrio
  • Endometriose ovariana: o endometrioma de ovário.
  • Endometriose profunda: tem a capacidade de acometer outros orgãos como o intestino, bexiga e ureter.

Cerca de 10 a 15% das mulheres com endometriose apresentam acometimento intestinal. Os sintomas normalmente apresentados por essas pacientes , além das cólicas habituais e infertilidade, são dor para evacuar principalmente durante o período menstrual e em casos mais raros sangramento intestinal.

Tratamentos com plantas medicinais

Em uma metanálise foram identificados os "compostos bioativos derivados de plantas específicos mais estudados são resveratrol, epigalocatequina-3-galato, curcumina, puerarina, ginsenosídeos, xantohumol, álcool 4-hidroxibenzílico, quercetina, apigenina, ácido carnósico, ácido rosmarínico, wogonina, baicaleína, partenolídeo e canabinolídeo , com evidências sólidas sobre sua atividade inibitória em modelos experimentais de endometriose.

Os estrogênios 

 É uma designação genérica dos hormônios cuja ação está relacionada com o controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas.

  • Função reprodutiva;
  • Regulação de distribuição de gordura corporal;
  • Desenvolvimento mamário;
  • Crescimento de pelos pubianos;
  • Estimulação do desenvolvimento do órgão sexual feminino.

Tipos de estrogênios com atividade hormonal estrogênica: estrona (E1), estradiol (E2) e estriol (E3).

Estradiol: ou 17β-estradiol é um hormônio sexual e esteroide, o principal hormônio sexual feminino. É importante na regulação do ciclo menstrual

Estriol: é um subproduto escasso do metabolismo da estrona. Durante a gravidez, a placenta é a principal fonte de estrógenos, e o estriol passa a ser produzido em miligramas.

Estetrol: produzido pelo feto.


Estrona: é um hormônio estrogênico secretado pelo ovário. É produzida a partir da androstenediona. A estrona que é o segundo estrogênio predominante na circulação na mulher e predominante após a menopausa. 

A Androstenediona (também conhecida como 4-androstenediona) é um hormônio esteróide de 19-carbonos produzido nas glândulas supra-renais e nas gônadas, como um passo intermediário na via metabólica que produz o andrógeno testosterona e os estrógenos estrona e estradiol.

Aromaterapia 

Óleo essenciais que contém beta-cariofileno podem ser usados para tratar a endometriose: Copaíba comum e Copaíba Branca, e os óleos  Sálvia Sclarea, Ylang Ylang, Gerânio, Camomila Romana.

Salvia Sclarea: ingestão respeitando a janela terapeutica 
Ylang Ylang, Gerânio e Camomila Romana: aplicação tópica carreado com óleo vegetal.

Evitar: óleos essenciais de Anis, Funcho e Murta (são estrogênicos).





domingo, 31 de julho de 2022

 DEFINIÇÃO INTERNACIONAL DE ÓLEOS ESSENCIAIS


A entidade de padronização internacional (ISO), no seu Vocabulário de Materiais Naturais 

(ISO 9235:2013), define óleo essencial como um produto obtido através da hidrodestilação OU

destilação a vapor OU processamento mecânico de cascas de cítricos OU destilação a seco 

de materiais naturais.

Os óleos essenciais geralmente são líquidos e podem ter de 20 a 200 substâncias químicas 

derivadas principalmente da classe dos TERPENOS, e podem ser divididos em famílias 

químicas bem definidas, que, se bem compreendidas.

Apesar do nome óleos, entretanto, os óleos essenciais não são gordura pois não possuem 

ácidos graxos na sua composição.

Os óleos essenciais são encontrados em estruturas especializadas das plantas em diferentes 

órgãos e ao serem liberados atuam como:

  • Reguladores e catalisadores de metabolismo;
  • Meios de comunicação entre plantas;
  • Protegendo a planta de parasitas, insetos herbívoros e outras ameaças;
  • Atraindo polinizadores;
  • Protegendo de mudanças climáticas, ajudando a planta a sobreviver sob 
  • diferentes condições.


Folha da Laranjeira (Citrus sinensis) começa a ser comida por 

herbívoros, a planta pode aumentar a produção de substâncias aromáticas impalatáveis para 

que a folha fique com gosto ruim para o predador.


Eucalipto (Eucalyptus globulus) e do Patchouli (Pogostemon cablin) que liberam seu 

óleo essencial para impedir que plantas nasçam ao redor.


Olíbano (Boswellia sp.) e a Mirra (Commiphora sp.) vivem em ambientes desérticos e 

produzem óleos essenciais que, ao serem liberados protegem a planta de serem atingidas 

diretamente pelos raios solares, evitando que elas sejam tostadas e morram.


A Rosa (Rosa sp.) produz seus óleos essenciais nas flores para atrair polinizadores à grandes 

distâncias.

Extração:

Folhas (ex: eucalipto, tea tree, hortelã, manjericão);

Tronco (ex: sândalo, madeira do sião, pau rosa, canela);

Fruta (ex: tangerina, laranja, limão)

Semente (ex: cardamomo, junípero)

Raiz (ex: vetiver, nardo)

Rizoma (ex: gengibre, lírio do brejo)

Resina do tronco (ex: copaíba, olíbano, mirra, breu)

Flor (ex: rosa, gerânio, jasmim, camomila, ylang ylang, lavanda)


Os principais óleos essenciais dermo cáusticos são o Orégano (Origanum vulgare), o 

Tomilho (Thymus vulgaris) e a Canela (Cinnamomum cassia / Cinnamomum zeylanicum).


Gattefossé ficou fascinado com o poder cicatrizante da Lavanda. A partir desse dia, estudou 

mais profundamente a utilização terapêutica dos óleos essenciais. Em suas pesquisas ele 

descobriu que os óleos essenciais são mais eficazes que seus princípios ativos isolados. 

Esse fato já havia sido demonstrado em 1904 por Cuthbert Hall, que pesquisava a atividade 

antisséptica do óleo essencial de eucalipto. 

Resultado: ele viu que o óleo essencial 100% puro e completo é muito mais poderoso do que o 

eucaliptol (1,8 cineol), seu princípio ativo, isoladamente. 

Gattefossé começou a publicar reportagens no jornal da sua empresa sobre o emprego de 

óleos essenciais de forma terapêutica. Posteriormente ele reuniu esses textos em um único 

livro que foi chamado de “Aromathérapie”. Essa foi a primeira vez que alguém utilizou esta 

terminologia.

Outra figura importante e que estudou o trabalho do Gattefossé foi o médico francês Jean 

Valnet. Ele serviu na Frente Armada Francesa e fez uso dos óleos essenciais na tentativa de 

salvar algumas vidas. 

O resultado foi tão impressionante que ao voltar para França dedicou boa parte da sua vida a 

aromaterapia. Depois disso, Valnet escreveu um livro sobre as possibilidades terapêuticas dos 

óleos essenciais.

QUIMIOTIPOS E GEOTIPOS

Quimiotipos são variações genéticas da mesma espécie de planta que produz óleos essenciais.

(surgem a partir da interferência de fatores externos como o clima, solo, altitude, umidade, etc)

ALECRIM (ROSMARINUS OFFICINALIS) POSSUI PELO MENOS 3 QUIMIOTIPOS BEM 

DEFINIDOS: 

  •  QT cânfora 
  •  QT cineol
  •  QT verbenona


Geotipo

Locais do planeta diferentes expõe as plantas a condições diferentes de luz, umidade, solo etc, 

levando plantas da mesma espécie a produzirem constituintes químicos diferentes 

dependendo da localização geográfica em que elas se encontram no planeta. 

Isso é o GEOTIPO, o geotipo surge como uma variação na composição do óleo essencial devida 

a esses fatores ambientais.


SISTEMAS CORPORAIS 

  • SISTEMA CARDIOVASCULAR: laranja, cipreste 
  • SISTEMA DIGESTIVO: hortelã-pimenta, gengibre, capim-limão, funcho 
  • EMOÇÕES (SISTEMA LÍMBICO): gerânio, lavanda, rosa, bergamota, camomilas 
  • SISTEMA REPRODUTOR E ENDÓCRINO: alecrim, hortelã-pimenta, sálvia esclaréia, ylang 
  • ylang, tea tree, orégano, manjericão, canela 
  • SISTEMA IMUNE E LINFÁTICO: orégano, tea tree, alecrim, cravo, olíbano, cipreste, sândalo 
  • SISTEMA MUSCULAR: bétula doce, wintergreen, hortelã-pimenta, pindaíba 
  • SISTEMA NERVOSO: hortelã-pimenta, manjericão, lavanda, limão, grapefruit, olíbano 
  • SISTEMA RESPIRATÓRIO: eucalipto, hortelã-pimenta, abeto douglas, abeto prata, espruce 
  • canadense, ravensara, niaouli, cajeput, breu branco 
  • SISTEMA ESQUELÉTICO: wintergreen, bétula doce, cipreste, junípero, cedro do atlas, cedro do 
  • himalaia, tea tree 
  • SISTEMA CUTÂNEO: lavanda, gerânio, rosas, tea tree, copaíba, sucupira, espruce, vetiver, ylang ylang, mirra, néroli, limão.

Imunidade 

O sistema imunitário, sistema imunológico ou ainda sistema imune é um sistema de estruturas e processos biológicos que protegem o organismo contra doenças. De modo a funcionar corretamente, o sistema imunitário deve detectar uma imensa variedade de agentes, desde os vírus aos parasitas, e distingui-los do tecido saudável do próprio corpo. O cientista que cunhou o termo foi Ilya Ilyich Mechnikov em 1882, que é considerado o pai da imunologia.

Defesa estratificada

O sistema imunitário protege o organismo de infecções através de mecanismos de defesa estratificados com especificidade progressiva. Em termos simples, as barreiras físicas impedem a entrada dos agentes patogénicos. No caso de um patógeno penetrar estas barreiras, o sistema imunitário inato, presente em todas as plantas e animais, desencadeia uma resposta imediata, embora não específica.Caso o patógeno evite a resposta inata, os vertebrados possuem um segundo nível de defesa, o sistema imune adquirido, que é activado pela resposta inata e através do qual o sistema imunitário adapta a sua resposta durante uma infecção de acordo com a identificação do patógeno. Através da memória imunológica, o corpo memoriza esta resposta, o que permite ao sistema imunitário adquirido realizar ataques cada vez mais rápidos e robustos cada vez que esse mesmo patógeno é detectado.

Barreiras físicas

Nos pulmões, a tosse e os espirros expelem mecanicamente agentes patogénicos e irritantes do trato respiratório. A lavagem proporcionada pelo fluido lacrimal e pela urina expele igualmente os patógenos, enquanto que o muco secretado pelos tratos respiratório e digestivo retém os microorganismos. A pele e o trato respiratório segregam peptídeos antimicrobianos como as β defensinas.  A função antisséptica, como a lisozima e a fosfolipase A2, presentes na saliva e no leite materno. As secreções vaginais após a menarca proporcionam uma barreira química, ao tornarem-se ligeiramente ácidas, o sémen contém defensinas e zinco para eliminar os patógenos



A Barreira biológica

A microbiota comensal do ser humano exerce funções fisiológicas no organismo: participação no metabolismo de produtos alimentares, fornecimento de fatores essenciais de crescimento, proteção contra infecções e estímulo à resposta imune.

Colonização: uma relação sem interrupção das funções normais do corpo.

Doença: se caracteriza por dano ao organismo.

  • Pele: Na pele a maioria são cocos gram-positivos e aeróbicos. É frequente encontrar Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium, Cutibacterium e Acinetobacter.
  • Boca, nariz e esôfago: Regiões muito povoadas, principalmente por anaeróbios, mas também é comum encontrar Staphylococcus, Streptococcus, Bacteroides e Lactobacillus.
  • Intestinos: Principalmente anaeróbios como Bacteroides, Clostridium e Fusobacterium. A maioria são bacilos gram-negativos.
  • Vagina: Principalmente lactobacilos produtores de ácido láctico e peróxido de hidrogênio, que suprimem o crescimento de patógenos. O desequilíbrio dessa flora é chamado de vaginose bacteriana.
Muitas bactérias produzem vitaminas, como a B2, a B12, o ácido fólico, a biotina e a vitamina K.

Barreiras químicas

No estômago, o suco gástrico e as proteases actuam como poderosas defesas químicas contra os patógenos ingeridos.

Barreiras celulares

Os leucócitos compreendem a segunda linha de defesa do sistema imune inato e atuam como organismos independentes e unicelulares.Os leucócitos inatos podem ser divididos em:

  • Granulócitos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos;
  • Agranulócitos: monócitos (células precursoras de macrófagos), linfócitos e células NK e células dendríticas. 

NEUTRÓFILOS:
Responsáveis pela proteção contra infeções bacterianas. Quando ocorre uma infeção bacteriana a medula é estimulada, produzindo mais neutrófilos para eliminarem (fagocitarem) os agentes infeciosos.

EOSINÓFILOS:
Responsáveis pela defesa contra parasitas e pelo fenómeno da alergia.

BASÓFILOS:
Permitem a dilatação dos vasos sanguíneos.

LINFÓCITOS:
Responsáveis pela produção de anticorpos. Mais envolvidos na resposta à infeção por vírus. Existem os linfócitos T e os linfócitos B.

MONÓCITOS:
Responsáveis pelo fenómeno de fagocitose de microrganismos e destruição de células mortas, são responsáveis pela produção de mediadores inflamatórios. Se torna o macrofago. 

Resposta inflamatória

A inflamação é uma das primeiras respostas do sistema imunitário à infecção.A inflamação manifesta-se através de vermelhidão, inchaço, sensação de calor e dor localizada, causadas pelo aumento da circulação sanguínea nos tecidos afectados. É o resultado da acção de eicosanoides e citocinas, libertadas pelas células danificadas ou infectadas. Entre os eicosanoides estão as prostaglandinas, que provocam febre e vasodilatação dos vasos sanguíneos associados à infecção, e os leucotrienos, que atraem determinados leucócitos (glóbulos brancos). Entre as citocinas mais comuns estão as interleucinas, responsáveis pela comunicação entre os leucócitos; as quemoquinas, que promovem a quimiotaxia; e os interferões, que têm propriedades antivirais, como por exemplo paralisar a síntese proteica na célula anfitriã. Podem também ser libertados factores de crescimento e factores citotóxicos. As citocinas, entre outros químicos, recrutam células imunes para o local da infecção e promovem a cura de qualquer tecido danificado posteriormente à remoção dos patógenos.


Imunoglobulina A (IgA)  É a segunda imunoglobulina em maior quantidade no organismo. Uma de suas funções é fazer a proteção dos tecidos das mucosas contra a invasão de microrganismos. Segundo o UpToDate, ela pode ser encontrada nas lágrimas, leite materno, saliva, secreções do trato respiratório etc.
Imunoglobulina G (IgG) Age como uma espécie de memória do corpo (backup), ou seja, a IgG é capaz de atuar quando o agente infeccioso se manifesta mais de uma vez. É a imunoglobulina em maior concentração no sangue.
Imunoglobulina M (IgM) A IgM vai ser responsável por combater o agente infeccioso (vírus e bactérias, por exemplo) no momento em que ele entrar no organismo.
Imunoglobulina E (IgE) A IgE está relacionada às doenças alérgicas. Uma de suas principais funções é proteger os indivíduos contra enfermidades causadas por parasitas, especialmente helmintos e alguns tipos de protozoários. 
Imunoglobulina D (IgD) A IgD está relacionada às membranas dos linfócitos B imaturos. Ao contrário da IgG, que é abundante no nosso corpo, a IgD está disponível em pequenas quantidades na corrente sanguínea. 

Terpenos: As atividades biológicas dos terpenoides incluem o efeito antimicrobiano e imunobiológico pela interferência na produção do fator de necrose tumoral (TNF)-α, interleucinas (ILs), tromboxano, e 
leucotrienos (VALDIVIESO-UGARTE et al., 2019). 
  • Fatores de Necrose Tumoral Alfa (sigla em inglês: TNF-α) refere-se a um grupo de citocinas capaz de provocar a morte de células (apoptose) tumorais e que possuem uma vasta gama de ações pró-inflamatórias. O TNF-α é secretado principalmente por macrófagos. Seu mau funcionamento pode causar inflamações dolorosas em doenças auto-imunes e auto inflamatórias , choque séptico e permitir o aparecimento de tumores.
  • As interleucinas (do grego, entre células brancas) são alguns tipos de proteínas produzidas principalmente por leucócitos (principalmente por linfócitos T, macrófagos e eosinófilos) cada uma com suas funções, sendo que a maioria delas está envolvida na ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão de outras células. Também possuem função na memória e são usados como medicamento.
  • Um tromboxano é um membro da família de lipídeos chamada eicosanoides. É produzido nas plaquetas via troboxano-A sintase dos endoperóxidos produzidos pela ciclooxigenase (COX) a partir do ácido araquidônico, um conjunto de reações que faz parte da via metabólica da cascata do ácido araquidónico.
  • Os leucotrienos são extremamente potentes na constrição da musculatura lisa. Além disso, os leucotrienos participam nos processos de inflamação aguda, aumentando a permeabilidade vascular e favorecendo, portanto, o edema da zona afetada.
Fenois: Os compostos fenólicos incluem os aldeídos dos ácidos benzóicos que estão presentes em diversas moléculas, como eugenol, carvacrol e timol, que apresentam atividades antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória, imunomoduladora, analgésica 
dentre outras (ANASTASIOU; BUCHBAUER, 2017; BUCKLE, 2002; SANDNER; HECKMANN; 
WEGHUBER, 2020).

As citocinas são moléculas moduladores das reações do hospedeiro a antígenos e agentes 
infecciosos, sintetizadas por muitos tipos de células, principalmente por alguns linfócitos T
macrófagos. A produção de citocinas (interleucinas, interferons) ocorre em cascata, em que uma 
afeta a produção de outras subsequentes. A produção excessiva pode levar a efeitos adversos 
danosos ao organismo, como aqueles que ocorrem associados aos choques sépticos. Dentre as 
citocinas estão aquelas que medeiam a inflamação, produzindo febre e resposta de fase aguda, 
ativando e atraindo fagócitos (SOMMER, 2004)

A inflamação é uma resposta natural do organismo às reações imunológicas, traumas e 
lesões. A sequência de eventos de uma reação inflamatória é essencialmente a mesma, 
independente da causa, envolvendo respostas celulares (granulócitos, fagócitos mononucleares) e 
mediadores inflamatórios (histamina, prostaglandinas, leucotrienos), por diversas vias metabólicas 
(vias da ciclo-oxigenase e da lipo-oxigenase, por exemplo) (SOMMER, 2004).

A literatura relata que alguns óleos essenciais podem ser usados para ajudar na manutenção 
ou restabelecimento do equilíbrio da função imune e da resposta inflamatória. Steflitsch e Steflitsch 
(2008) citam os óleos de Syzygium aromaticum (cravo-da-índia), Lippia citriodora (verbena limão)
Melaleuca viridiflora (niaouli), Thymus vulgaris (tomilho), Lavandula angustifolia (lavanda), Citrus 
limon (limão siciliano), Matricaria recutita (camomila alemã), Citrus bergamia (bergamota)
Pogostemon patchouli (patchouli).

Os diferentes constituintes, como fenóis, álcoois monoterpênicos, e outros, podem 
atuar de modo particular na imunidade celular (neutrófilos, monócitos), na imunidade humoral (IgM, IgG, IgE e IgA), assim como em citocinas, promovendo efeitos anti-inflamatórios. A possibilidade de uma ação multifuncional dos OE, evidenciadas in vitro, sugere que eles atuam no organismo para controlar e eliminar infecções, e reduzir ou inibir células tumorais, por exemplo (STEFLITSCH; STEFLITSCH, 2008)

As cumarinas, por exemplo, presentes em alguns óleos essenciais como o de Citrus limon
(limão) e Lavandula augustifolia (lavanda), têm a capacidade de aumentar os níveis sanguíneos de 
linfócitos (linfocitose) em pacientes com câncer (STEFLITSCH; STEFLITSCH, 2008)

 Linfocitose também tem sido mostrada com óleos essenciais de Thymus vulgaris (tomilho), de Matricaria chamomilla (camomila) e de Citrus bergamia (bergamota). A camomila alemã (Matricaria recutita) mostrou-se capaz de inibir prostaglandinas e elevar o nível de linfócitos.

Estudos in vitro com o óleo essencial de Eucalyptus mostraram aumento da atividade 
fagocítica de macrófagos e de monócitos sanguíneos periféricos e, consequentemente, atuação no 
clearance bacteriano.

Para o OE de Tea tree, por sua vez, tem sido mostrado que ele estimula a diferenciação de 
mielócitos imaturos em monócitos fagocitários, aumento da expressão de receptores e, também, 
supressão de Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α), interleucinas (IL-1β, IL-8, IL-10) e 
prostaglandina E2 de monócitos sanguíneos periféricos, assim como de citocinas pró-inflamatórias 
(SANDNER; HECKMANN; WEGHUBER, 2020).